sábado, agosto 27, 2005

leitura & hiperleitura

Em busca de bases mais sólidas para conceito interação, cheguei no texto
"A Comunicação Interativa em Ambiente Hipermidia" de Denise Bertóli Braga.
Algumas idéias interessantes:

"Embora a leitura do texto impresso não seja necessariamente linear, há diferenças marcantes em relação a hiperleitura que necessitam ser ressaltadas. Lemke (2002) faz algumas observações pertinentes a esse respeito. Segundo o autor, o texto escrito, ao contrário do que ocorre em um monólogo oral, é disponibilizado ao interlocutor de forma bidimensional vertical e horizontal- o que viabiliza uma interação não seqüencial e não linear. O meio visual oferece uma série de recursos de saliência - títulos, parágrafos, tipo de letra, paginação, entre outros - que permitem ao leitor acessar o texto de forma geral, fixando sua atenção em segmentos aleatórios: títulos e subtítulos, início e fim de parágrafo, bibliografia etc. No entendimento do autor, o que difere o texto impresso do hipertexto não é apenas a diferença de tecnologia - já que é possível simular o livro em todos esses aspectos - mas sim o fato de, em primeiro lugar, a rede de conexões do hipertexto ativar a nossa expectativa de que haverá links atrelados aos diferentes segmentos textuais, e, em segundo lugar, a interação entre estes segmentos não ser orientada por uma seqüência padrão pré-estabelecida, que pode ser observada ou não pelo leitor.(...)
Essa organização textual, não dependente de um eixo central que sustenta um conjunto hierarquicamente organizado de informações secundárias, exige que o leitor faça escolhas e também determine tanto a ordem de acesso aos diferentes segmentos disponibilizados no hipertexto, quanto o eixo coesivo que confere um sentido global ao texto lido. Como os segmentos anteriormente acessados tornam-se co-textos para os segmentos posteriormente lidos, é difícil para o autor de um hipertexto prever a gama de possíveis sentidos que podem ser construídos durante a leitura. Isso faz com que o autor tenha menos controle sobre o seu texto e menor controle sobre a direção oferecida ao leitor virtual (Braga, no prelo)".


Referência: Marcuschi & Xavier (Orgs). Hipertexto e Genêros Digitais. Rio de Janeiro, Lucerna:2004, pp.147/148


1 Comments:

Blogger Suzana Gutierrez said...

neste tema te recomendo o trabalho de Alex Primo, da Ufrgs.
http://usr.psico.ufrgs.br/~aprimo/
abraço,
Su

11:26 da tarde  

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